16.7.13

ao tempo

não sei o tempo e porquê ficar
ao que mais e como cantar
para me poder desligar de tudo o que é baço
e das formas pouco frias de um abraço
pesadas como as sensações nocturnas
de tentar completar eras diurnas

não tenho tempo e não sei onde ficar
apenas a certeza de que já não existem horas
que possam preencher  o vazio de respirar
enquanto existem lembranças das demoras
lentas para quem não sabe o que definir
e quando não se dá a cara ao porvir. 

sei que este tempo é uma finitude 
e que o ficar não se alonga em alguma virtude
mas existem demasiadas caras em espelhos
para reconhecer uma que me dê os meios
de saber se algum dia chega o momento
de perguntar a que horas chega a hora certa
e acabe com as voltas deste vento
dando espaço ao que novo se desperta.