inventei uma nova escrita sem me perder na sua tradução.
criei depois uns verbos (tortos de apenas serem à minha invenção)
e não lhes dei sentido.
melhor, desmistifiquei o uso de estados que não se concretizam
e dei comigo a criar reparos de encontros, sem encontros,
na descida que estava limpa nos anos iniciais.
o papel ficava cheio com a sua forma suja
e apenas lhe soube exprimir parco significado
de não querer ter o peso de nova linguagem.
disse-me que não gostava dos solavancos que lhe dava
e já farto estava (se bem fartas eram as palavras)
de não saber lidar com a triste forma de lhe arredondar
a forma escrita vocabular.
apenas cortei no já escasso sentido.
não soube sequer não tremer a voz e dizer
que obra é esta, foste tu que a construíste
acalma-te, mata toda a gente que vês
e sobe outra vez
e olha que nem todos fazem isso!
se nem temos o que construímos,
dou meia volta no terminal vocabular
e caio ao comprido ao mesmo tempo
que me levanto da forma embriagada
pouco sensível, (não sei se é ser sensível)
de (se se se se se) não saber criar
antes ou depois forma de existir.