o homem das nove horas
rompeu-me os braços
e eu agora só deixo passar
uns cabelos, de vez em quando,
pelo peso das cidades desconhecidas
enquanto vou dizendo
hoje fui a pé até à floresta lá em cima
via a minha casa ao longe
e de toda a paisagem
lembrava-me de concordar
que de tudo, mas mesmo de tudo
tinha deixado uma portada aberta
e as vizinhas por vezes têm razão
quando dizem que é melhor deixar
o raio da janela aberta
que sempre entra um arzinho
e areja a casa
e sempre dá para ver a ladroagem
que às vezes faz das suas.