28.6.14

vero II

os meus lábios tintos
a encher o dia iluminado do teu corpo
ao pintá-lo ainda com o teu nome
entre dedos incertos de plumas
e fragmentos da pele 
nas pedras duras pedras puras das serras
numa oração do silêncio contínuo

e depois,
não querer fugir, 
esperar enfim o caos 
se qualquer outra palavra seria demais
e porque escolhemos a noite 
como horizonte