vão sendo lidas as palavras
em rejubilo tonificante
que nos prende às memórias de invernos passados
deambulam pelos quartos fechados,
onde a lua não se mostra,
fecha-se e apaga-se as outras lembranças
de outros jogos e compromissos
andam em rodopio, fazem danças
demoníacas e, secas
onde me posso perder,
sem realmente querer,
porque me perco onde escuridão não há
liga-se a luz que me cega o saber
retorno, cansada, extasiada
onde dancei na escuridão de toda aquela luz
onde, agora, já não sei por onde ando...
ando... ando.
por ali e por aqui
por onde não estive, deveras
por onde quero e não quero
ali de fronte,
ali não ando, já quis lá passar
os ventos sopraram o contrário
aqui fico, apenas de fronte
rodopio lenta e infernalmente
para o caminho de fronte
onde, pela última vez,
olho, já não consigo andar
olho a lua, tão branca que não me cega.
ando, revolto-me nos ventos,
caminho por dentro, nas danças maquinais
do ser humano,
do ser humano ali de fronte
diz-me adeus,
foi ali que, pelos meus singelos olhares,
caminhei.