é bestial o espanto dos que nada sabem
vêm o que a visão lhes deixa ver
cheiram o que o olfacto lhes deixa cheirar
percorrem até onde as pernas deixam percorrer.
sobre essa escada paira o velho,
nas imensas estaturas paira o que velho será
tapa o sol o que não quer que seja visto
velho é ele (o outro) que já não se levanta
esconde a vista uniforme que te profana sem rodeios
nesse conluio que engana somente os dois
vive a frase que todos arrebata.
tarde seria a resposta
(qualquer uma que fosse)
ainda que deixe tambores por serem tocados
vê, viu, ainda verá?
cheira, cheirou, ainda cheirará?
percorre, percorreu, ainda percorrerá?
(mata, matou, ainda...)
chama depois em solavancos mal escondidos
novamente o sol que espreita
desmascarando o que foi escondido
é veloz o tambor da terra.
vive, viveu, ainda viverá?