foi em vão o que passou? não...
o que queria ter passado? sim...
Sim, paradoxos do velho pensar,
do que pelo que é novo espera.
Ainda que espere sozinha pelo que nunca esperou.
Ainda que corra com ventos que nunca respirou.
São tumultuosos aqueles vendavais que não te deixam dormir.
Corroem o sono pelo que poderá vir,
corroem a mente pelo que poderá surgir.
São vagos,
são já inesperadamente esperados em quartos;
esses que são sempre frios pelo calmar das gentes.
Esses que esperam pelos doentes que chegam do dia.
Com cheiros feitos de vinhos por beber,
em garrafas por abrir,
em gritos por gritar.
Enquanto se vai; pelas ruas caminha.
(proximidades pouco pensadas,
digo com sinceridade - das únicas).
Nessas ruas abstractas; elas únicas ouvintes,
sopram aos ouvidos de quem passa!
Porventura, de quem ali não quer passar.
Não digam o contrário aos moribundos
das esquinas negras que aquela não é a sua vida.
Não lhes digam que é falsa a sua existência.
- Ali vagueiam, com essa resiliência dos milénios passados.
(Daqueles anos que agora nem pensam em passar).