um vendedor de jornais
vê o vento que lhe passa,
sabe que ali se mete
em cantos mais que pequenos
frio dos dias quentes
calor...
muda a hora:
ainda que não mude o tempo
e esse tempo não passe
deixado em eras mortas
tristes, tristes
somos tristes
levam-me daqui para mares pesados
águas pouco nítidas
daquelas que eu não consigo fugir
toques eternos
em praias pela noite
(reverte para novas eras)
as praias tendem a não ser as mesmas
não se tocam,
tocam?
quando se perdem de vista,
olhos que não abarcam as plenitudes
das costas
longínquas
tangíveis nos braços
nos segundos que somos.
perde-se o mar e o tempo
de vista.
se não foge,
deixa ir.
um partir para ficar,
nas marés do que fica pelo ar.