29.4.13

monólogos

(com mais sentido,
oportunamente)

Retiram-me depois a forma de pensar 
e fico sem réstia de respirar!
Pois claro!
Não penses mais nisso!
Criança irritante... 
Para ti o mundo vive aos pés
de secundárias verdes...
ficas sem rede nessa fantástica alegoria humana.
Sem ver o que realmente dela emana. 
Ah, desanda daqui!
Pois, vive e pensa só em ti. 
Eu continuo por ti!
Eu gasto a tinta e salvo o teu pensar
Com escárnio... poderei dizer,
a meu bel-prazer.
Fica aí sentada,
nesse mundo perdido
que já perdeu o sentido.
Dizes que ainda há vida nessa morte.
Olha que sorte;
que ainda me gozas!
Fica de novo a dormir...
vê se te petrificas nessas letargias nocturnas.
Sim, seu taful...
Nem mereces menos que o desprezo da humanidade,
dos sons que possam ecoar nessa vaga mente. 
Demente, és tu!
É-lo.
Vai vê-lo.
O postal que te entrega à terra!
Terra ela que não a viste castanha,
agarrada pelas minhas unhas!
Pois... nunca foi teu o sair para acalmar o espírito. 
Ah, espera... também não o tens!
Eu espero. 
Não haveria de o fazer?
Nunca soubeste agradecer. 
Vives para morrer.
Vais quebrar a tua natureza?
Como te atreves a tal proeza?
Eu bem sabia que não conseguias.
Ora corres em frente;
ora corres um pouco mais e ficas doente.
Tens insónias?
Conta-me histórias.
Eu já disse que te ouço,
estou cá para ti
e já te disse que não merecias.
(apanha-me esse chinelo antes que te calce à força)
Ah, desculpa. 
Sou eu que te devo ouvir;
já nem me deixas respirar. 
(já to disse sem fôlego antes que tivesses tempo de me prestar atenção).
Hoje sabe-se que já não te aguentas.
Nem tentas!
Ficas com sede, 
sai da tua rede.
Vá, agora sem medo.
Tens-me a mim que te protejo,
mesmo sem te ver. 
A mim já não me vês...