5.5.13

queda

a máquina caiu ao chão - 
começo do dia:

que máquina foi essa que não eu?
já nem sei fingir
anda, anda por aí
quando se sabe que meter os pés no chão é cair

(
abalos, 
enterram palavras
como quem 
vende
jornais...
já foram mais,
ainda assim
)

delibera, pois
nesses confins
em que não se vê luz
máquinas trabalham
sustos! sustos! sustos!

não quero isto assim!
joga hoje 
para derrotas futuras.
as máscaras não escondem
o que está fora do vazio
se é que algo fica,
depois deste frio

em Lisboa - 
o amanhã -
para voltar ao que 
não te deixa andar.
cai novamente,
insistentemente

movimentos 
que depois ficam presos
nos fios que nos levam
a ficar
a permanecer
onde sempre estivemos. 

(como assim,
ainda ontem, 
me equilibrei 
sem cair?)