7.7.13

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Depois de ler cartas antigas ao homem que se esconde em casas lacustres na sua imensa solidão:

Um soterrar de amarguras pelas terras que pasmados pisamos
Voltamos a mergulhar não no calor radiante
Apenas a caneta na tinta que escorre levemente pela folha antes branca
Agora levada por um sopro maior antes que lhe sequem todas as brancuras.

Não tenho a certeza que exista esta minha verdade
E que a razão se esconda aos que se vêem
Apenas para ver de mão dada a ansiedade
Com o desespero dos que passam ao desdém
De serem imunes aos passos desdobrados.

Talvez se dance assim antes da fuga
Sem se ver que é improvável dançar continuamente
Ao som dos sinos que não tocam
E chegarmos ao ponto de bradar uma matéria
Para lhe dizer que somos nós que ali estamos
Sem ideologizar o que é feito do feto dos tempos
Para apenas firmarmos a nossa presença
Feita de más analogias
Tão mal feita como a obra dos que não ficam por cá
Destruída por tentar ser completa
Quando se sabe a sua plenitude quando fica a meio
De todos os impasses
Do que não se vê
E depois fico a perguntar-me porquê
Porque sei que existem todos os ideais
Que não nos pertencem por sermos conformes
E também um pouco irreais.
Um frio que se nos acomete e que se repete
Porque no fundo sabemos que a todos chega o inverno
Que nos abre deantermais os olhos
Para depois dizermos mais alto que sempre soubemos errar
Enquanto não soubermos que loucuras assentar.

Por fim,
Abandonamos-nos ao murmúrio das gentes
Ascendemos ao silêncio nocturno.