cria-se tudo hoje para continuar a dança esbatida
no eco das palavras prementes.
revolta-se tudo amanhã para se perceber
que tudo isto já deixou de ser um poema,
não denunciando o sufoco das palavras libertas.
tudo agora é acto e toca levemente
o olhar pensativo e responde-lhe
com acenos vivos às danças novas.
E nós que nos fazemos cegos pelas ruas,
pensamos no que deixa de ser poema.