27.12.13

impromptu

ta da di ta da ta da di ta da ta da di ta da - começo com repetições alongadas

tive um sonho em que contava já num espectáculo freudiano os calafrios que me acercavam. contei assim: não lhe sei explicar, percebe? tudo o que eu considerar dizível mais valia ficar para sempre inaudito, compreende? mas temo que considere este meu silêncio antes uma injustiça para consigo, sabe? seria ainda assim mais difícil de explicar toda a concretude da abstracção, ora não acha? 
e tudo o que era dito adiante era um mero alongar de pequenos avanços na dimensão e por não ter dito o meu nome logo naquele instante, ficou esquecido para quem quisesse perguntar. a bem de todos nós que as perguntas ainda se fazem indiscretamente como quem não quer a coisa mas ainda há americanos na avenida com menos uso que a intenção de sabermos certas e outras coisas. 
arredondemos entretanto estas matérias: sabemos ou não sabemos? temo que a questão do saber seja antecedida por questões iguais e cada vez mais abrangentes à medida que nos encolhemos e damos voz ao silêncio. remédio para uns, ligeiro encargo para outros, afinal.