Cheguei
um dia a uma das mais antigas tipografias portuguesas e disse – olhe, quero
arranjar uma forma de passar isto tudo para o papel, compreende? E ele, senhor
astuto, compreendeu e logo de seguida disse: prefere em papel timbrado, papiro
ou normal? E eu que nem sabia já dessas coisas saí de lá da loja, entrei num
café e pedi um copo de vinho da casa e descansei os ombros pesados destas
incertezas. Limpei a boca ao guardanapo e lá escrevi um ou dois tratados e dois
poemas que deitei fora assim que precisei de os esconder da polícia que entrava
de rompante a pedir papel [...].