O primeiro objecto de estudo do homem que não quer ser poeta é a vida. Porque o contrário apenas deixa lugar à ausência e ao estado privativo de expressões ou impulsividades onde surgem essas loucuras que não se dizem porque nunca se sabem dizer. Porque se o poeta se conhece a si próprio desejaria não o ter feito já que a monstruosidade labiríntica de que é alvo não lhe deixa espaço para se livrar do fogo que conhece.
E já tudo criado e dito e desdito de outras formas que não conhecemos mas que conheceremos com a alvorada de amanhã, as compilações de tradições surgem com o levar pesado dos dias. E já sem razão que o acompanhe no alongar dos amanhãs, vive o poeta com os seus crimes e apresentações monumentais onde faz da sua obra a condenação máxima capital.
Alors! Ainsi le poète s'abandonne à l'inconnu et il atteint la mort éternelle de ses sens.