tornamos maior os dias e o espaço que pisamos
e dizemos, sim dizemos,
hoje desfiz a forma que tinha
em forma de poucas formas
[repetições inter espaços]
e se somos nós os novos modelos,
faço por escrever um novo manifesto:
AQUI NASCEU UM ISMO
Fez ainda agora de mim uma canção que não tem fim
e se sabe entoar os versos é porque se deixou
levar pelas palavras que lhe cantei durante a noite.
Depois, as repetições pictóricas:
morre o vinho novo porque o velho já velho e matreiro
sabe esconder-se dos passos das novas folhas.
Mas se ainda canto bem estes versos
permito-me dizer -
faz hoje hora que acreditava
que tudo o que dizia já estava dito
como se as palavras que dissesse
nunca tivessem sido cantadas
pelo vinho que agora canta.