30.3.14

O desplante é a arte do capto, em mente

talvez não saiba se as verdades se dizem
ou sou somente eu às portas do que não se diz
um "querem vender a nação"
ou umas gotas de água com sal vindas de nós mesmos
a correr pela nossa cara que nos dizem
hoje o meu dia não era teu
e cada vez tende menos a ser
saiba eu como me levantar cedo todos os dias
para não mais me sentar 
em confortos maiores
"que cuidado com o que se pensa"
porque hoje a besta que sou
não me deixa ver a besta que fui
nem a que tenho já preparada para amanhã
quando acordar
levantar bem as pálpebras,
olhar o mundo sem óculos
e deles saírem a visão ainda turva
porque já nem há besta para libertar
(das antigas e incompreendidas)
e esta é das que ficam para matar.