digamos,
o vento corre e os nossos ossos deixam-nos
partir para onde não sabemos.
digamos,
o antes e o depois das janelas
só nos mostram que as caudas dos bichos
só nos mostram em Setembro
que não somos nós em nós
(cantamos o verso)
digamos,
ora,
se eu vivo no reino da constância
não canto e só desafino de fronte
a pasquins lógicos e velhos
digamos,
pois,
a falta de horas e os contos fantásticos
em que vivo, em que vivo
digamos,
então,
de tudo o que fugia,
voltava
de tudo o que dizia,
retirava
de tudo o que escrevia,
apagava
e escrevia o inverso