19.5.14

Ah, os pardos, perdõem-me, perdões durante o dia
Ao lado de sapatos vermelhos
Ou de questões politico-correctas sobre os genéricos géneros
aceites mundialmente, 
nem a Frida pintava tão bem sentada
se nunca soubesse o que era estar de pé
[às poetizas femininas publicadas do XXI nas casas académicas conceituadas]

Saturados! Assim estamos, 

uns aplausos para quem se esquece de não tremer a voz
em falsetes pontiagudos. 
Se ainda digo que há uma prevalência da carne,
dizem que sou maluca
a Ophelia nem tem tempo de dizer nada,
foi à terra e soube-lhe demasiado bem não respirar

também eu não me vestia em 1850 só para 
passados 500 anos, ter de vender o corpo à terra,
em cadência generalizada, 
fotografada por uma Nikon qualquer antiga,
em sequências de imagens contornadas pelo movimento
em justaposição pelos movimentos fugazes
fracções de segundo,
sim, 
pelo menos os cantos ao longe
ainda se faziam ouvir
como é que ela se chamava? 
já nem me lembra, ouves bem? 

O tempo faz-se ouvir através das aceitações da contraparte
Tudo realizado, portanto
Alinho hoje tudo, concêntrico dizem eles
Que lhes valha o medo do amanhã sempre amanhã.