quando andas assim comigo no invisível
Cesariny
esperar um corpo
para depois,
num linho desfeito,
poder dizer no escuro
que nunca foi tão noite,
como no nosso princípio,
como se a noite já não quisesse ser fria,
já só um respirar
sem esperar
dobrar os dedos agora encostados,
encaixá-los em nós
na nossa pele
refazendo as pedras que éramos
até ao recomeçar dos dias
esquecer o resto do mundo
perguntar em segredo o que foi feito de nós,
abraçar o resto dos dias,
fazer deles o nosso fim e não mais esperar.
pisar as águas
esconder os passos fugídios
dos que nos ouvem
(enfim, isto de te saber os passos...)
e dançar nesses rochedos,
nós as pedras vivas
nós e as serras nas casas sós
nós dentro das casas e as aves ao pé de nós,
entre nós,
uma mão noutra mão
cadências de dias iluminados
afirmam um só corpo e um beijo,
entretanto,
entre tantos,
a esconder de nós
o resto dos dias que foram
por fim, nem o frio já nos chama.
isto, ali em frente.