(tu, que vives cheio de ismos)
enfrenta o que é teu, morre pelo que sonhaste, liberta-te do que és.
corre com a tua matilha, não te vás deitar e segue o teu caminho.
levanta-te de novo e faz-te um Homem novo, nem que seja devagarinho,
e segue a direito nem que fiques contrafeito, se sabes que não há outro jeito
de sentires o que é teu, porque nunca foste de ninguém
esse andar que jamais de retém ao lado do cansaço...
se quiseres pega no bagaço e esquece o que pensaste
porque é também tua a criação, é teu o coração, é tua a imaginação
se ainda não foste levado, e ficaste aí deitado
já não podes fazer estas odes, de quem escreve à noite,
por mais que nunca pernoites em terras condenadas
que vivem cheias de almas penadas, coitadas
serviram o seu propósito.