almoços aos que não querem almoçar:
quantos segredos as sombras escondem o sol que,
em contrariedades,
nos leva à razão:
delicia o doce feito em casas de ateus
para não deformar espíritos
daqueles que tudo tendem a ver...
talvez saiam das casas frias onde há café
e depois se sentem num rol de fotografias
já antigas
agora impressas
em que o burro lá fica e sustenta estas gentes.
Vou-me embora e regresso à humanidade,
também ela seca,
ela viva,
ela morta.
Sento-me já perto do mundo
com menos receio que venham
criaturas em forma de hidra
que me conhecem
sem eu nunca as ter conhecido.
Depois de copos roxos de não sei o quê
que me enchem em pensamentos
de outras margens, de outros dias
de tergiversações rodopiantes
Convenhamos:
tento e lembro-me de frases
pensadas durante a madrugada
que iluminam os parcos ecos
das gentes populares.
Elas que fujam
e nos deixem em visitas
aos livros de 1963.
(interrupções de campainhas)