23.6.13

pós

almoços aos que não querem almoçar:

quantos segredos as sombras escondem o sol que,
em contrariedades,
nos leva à razão:

delicia o doce feito em casas de ateus
para não deformar espíritos 
daqueles que tudo tendem a ver...

talvez saiam das casas frias onde há café
e depois se sentem num rol de fotografias
já antigas
agora impressas
em que o burro lá fica e sustenta estas gentes.

Vou-me embora e regresso à humanidade,
também ela seca,
ela viva,
ela morta. 
Sento-me já perto do mundo
com menos receio que venham
criaturas em forma de hidra
que me conhecem 
sem eu nunca as ter conhecido.

Depois de copos roxos de não sei o quê
que me enchem em pensamentos 
de outras margens, de outros dias 
de tergiversações rodopiantes

Convenhamos:
tento e lembro-me de frases
pensadas durante a madrugada
que iluminam os parcos ecos
das gentes populares. 
Elas que fujam 
e nos deixem em visitas
aos livros de 1963. 

(interrupções de campainhas)