O que eu posso dizer sem que me parem
Porquê? Vezes sem conta andam,
percorrem a estrada conhecida por eles,
muito bem conhecida,
que até voltarem,
não os leva por bons caminhos.
Nem sabem que voltas dão,
por onde irão...
Nela percorrem os revoltantes segundos,
sem fundo.
Param, não escutam...
olhos cansados de tais vendavais.
Olhos mortiços, enfim.
Há que entrar na escuridão!
Vão! Vão! Vão!
Não!
Porque correm?
Porque se afundam?
Mundo imundo!
É esse o desafio acabado
que se perpetua...
Molda-se o destino
ao pobre destinatário
que lá ainda deambula,
nessa mesma estrada imunda,
que a vida lhe secunda.
Vai inerte,
repete proezas!
Vão!
Até ao fundo do que se assemelha ao fim!
Estrada porventura mais desconhecida...
Ai... que eu não me aguento!
Que venha mais vento!
Muda o sentido,
perde o caminho!
Não vás! Vai!
Cria o novo labirinto,
infinito,
existe na estrada!
Que não te sobre nada!
Falha-te a vida,
comes o resto por inteiro!
Foge ao único vendaval
que de ti emana!
Ai! Vai! Vai!
Não me deixes, por fim!
Respira o vento do Sul...
Vai!